Conheça o site da Igreja clique aqui

terça-feira, 2 de novembro de 2010

DEUS É INJUSTO?

"Há injustiça da parte de Deus?"
Rm 9:14

Muitos tem dificuldades em aceitar algumas afirmações da Bíblia, pois entendem que se forem tomadas em seu sentido natural fazem de Deus injusto. As que tratam da eleição soberana são as que mais trazem dificuldades aos cristãos sinceros, preocupados em resguardar o Senhor da acusação de ser injusto.
A pergunta acima bem poderia ter sido feita por um desses crentes. Paulo citou as palavras de Deus: "Amei Jacó, porém me aborreci de Esaú" (Rm 9:13). O senso comum é que Deus ama a todos os homens de igual maneira, portanto Ele afirmar que amava uma pessoa e se aborrecia de outra deporia contra a retidão de Seu caráter.
Quem conhece a história dos dois personagens sabe que, pela régua humana, se Jacó não fosse muito pior que Esaú, com certeza não seria o melhor dos dois. Desde o seu nascimento, passando pelo episódio da venda da primogenitura e chegando ao roubo da bênção paterna, Jacó era o típico aproveitador desonesto. Como poderia Deus amá-lo enquanto preteria seu irmão Esaú? Para piorar, há o momento em que essa escolha se deu. Paulo diz que "ainda não eram os gêmeos nascidos, nem tinham praticado o bem ou o mal" (Rm 9:11) e Deus já manifestara à mãe dos garotos que "o mais velho será servo do mais moço" (Rm 9:12). Portanto, Paulo sabia que ouviria a acusação de injustiça contra Deus. Mas sua resposta é um enfático "de modo nenhum!" (Rm 9:14).
Como pode ser isso, se Deus amou a Jacó e odiou (este é o sentido exato da palavra no original) Esaú? A palavra chave para resolver o problema é misericórdia, que garantiu que "o propósito de Deus, quanto à eleição, prevalecesse, não por obras, mas por aquele que chama" (Rm 9:11). Deus diz "terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão" (Rm 9:15).
Para dissipar qualquer nuvem que paire sobre o caráter de Deus, é preciso entender o que é justiça e o que é misericórdia. Justiça é dar a cada um o que é devido e como ninguém merecia a salvação, se Deus condenasse a todos, não seria nem um pouco injusto. Por outro lado, graça e misericórdia é dar a alguém aquilo que ele não merece. Como ninguém tem direito à misericórdia, não pode acusar Deus de injustiça. Por ser a eleição graciosa, os eleitos não tem do que se vangloriar, pois não mereceram a graça, nem os que foram preteridos podem reclamar, pois não tiveram direitos violados.

Portanto, Deus é misericordioso com muitos sendo justo com todos.
 

Alexandre Valle