Conheça o site da Igreja clique aqui

sábado, 10 de março de 2012


Ministério Pastoral Feminino em Perspectiva III

 

Outro texto que é relevante nesta discussão sobre o ministério feminino é 1 Timóteo 3.4-5: “E que governe bem a própria casa, criando os filhos sob disciplina, com todo o respeito (pois, se alguém não sabe governar a própria casa, como cuidará da igreja de Deus?)”. Se o que Paulo escreveu a Timóteo era normativo no caso daquele que aspirasse ao episcopado, como relacionar essa norma com uma mulher no ministério já que ela não poderia satisfazer o requisito de governar a sua casa? Se é, portanto, um teste para demonstrar a capacidade de liderar, como saber se uma mulher seria capaz de liderar a igreja de Deus se o texto não poderia ser aplicado a ela, uma vez que ela não é o cabeça do lar? Será que os valores familiares também deveriam ser alterados, isto é, o princípio da submissão requerida por Deus era também transitório, para aquela cultura? Certamente que não.
O problema não era, como querem alguns, cultural, mas a questão é teológica, portanto permanente, e não transitório. O apóstolo apelou para um princípio estabelecido na criação e violado na queda: o princípio da liderança masculina. Ele não estava dizendo que a mulher jamais pudesse ensinar qualquer coisa ou exercer qualquer tipo de autoridade. Antes, o apóstolo está argumentando que assumir o ofício presbiteral implicaria que a mulher poderia ensinar aos homens com a autoridade que o ofício empresta, e participar do governo da igreja, exercendo autoridade sobre os homens crentes, o que contraria o princípio aqui afirmado.
Algumas mulheres supõem que a manutenção do ministério pastoral masculino pretende demonstrar a superioridade masculina estabelecida pelos traços culturais. Mas isso nada tem a ver com superioridade existencial do homem. Por isso, a doutrina trinitariana pode nos oferecer grande contribuição para esta abordagem, pois podemos considerá-la sob duas óticas possíveis e perfeitamente aplicáveis à relação homem-mulher: a da ontologia divina e a da economia divina.
O termo Trindade ontológica refere-se ao ser de Deus na sua essência. Ela ensina que, nos termos de essência, natureza e ser, Deus, o Pai, não é superior a Deus, o Filho, que não é superior a Deus, o Espírito. São iguais em essência, natureza e ser. Ontologicamente, não há hierarquia entre as pessoas da Trindade (cf. Ef 1.6, 12, 14).
Por outro lado, há o conceito da Trindade econômica, que se refere aos ofícios de cada uma das pessoas da Trindade, por exemplo, na obra da salvação: Deus, o Pai, elegendo (Ef 1.3-6a); Deus, o Filho, redimindo os eleitos (Ef 1.3b-12); Deus, o Espírito, selando os eleitos redimidos (Ef 1.13-14). Assim, embora existencialmente o Filho não seja inferior ao Pai, ainda assim, voluntariamente, ele se submete ao Pai (Jo 6.38; 14.28, 31); da mesma maneira, embora o Espírito não seja inferior ao Filho, voluntariamente ele se submete ao Filho (Jo 14.26; 15.26; 16.14), para o cumprimento dos propósitos da Trindade.
Para o contexto do relacionamento entre um homem e uma mulher, estes conceitos são extremamente importantes, pois, à semelhança da Trindade, nesse relacionamento encontramos também questões ontológicas e econômicas. Paulo ressaltou os aspectos ontológicos e econômicos entre homem e mulher, afirmando: “Não pode haver judeu nem grego; nem escravo nem liberto; nem homem nem mulher; porque todos vós sois um em Cristo Jesus” (Gl 3.28). E, ainda: “Quero, entretanto, que saibais ser Cristo o cabeça de todo o homem, e o homem o cabeça da mulher, e Deus, o cabeça de Cristo” (1Co 11.3). Assim, pode-se afirmar que, ontologicamente, como Deus, o Pai, não é superior a Deus, o Filho, o homem não é, ontologicamente, superior à mulher; entretanto, como Deus, o Filho, submeteu-se voluntariamente a Deus, o Pai, “assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido” (Ef 5.24).

Postado pelo Pastor Paulo César Valle
Blog:www.ibfreformada.blogspot.com
A Deus toda glória!

2 comentários:

  1. Parabéns pelo post, gostei muito de sua reflexão sobre o tema, concordo plenamente.
    Aguardo sua visita.
    Já seguindo...

    Em Cristo,

    ***Lucy***

    ResponderExcluir
  2. Ola minha irmã louvo a Deus por sua vida, é gostoso saber que pessoas ainda compreende as escrituras e procuram segui-las, que Deus continue lhe abenoando.

    ResponderExcluir